Clostridium difficile: veja como se prevenir.
A Clostridium difficile, também conhecida como C. difficile faz parte das bactérias multirresistentes gram-positiva formadora de esporos que produzem toxinas. Estas toxinas são responsáveis por causar infecções e danos ao intestino e estão associadas ao uso de antibióticos.
Nesse artigo você vai saber tudo sobre as bactérias multirresistentes, a “Clostridium difficile” ou “C. difficile”, que é responsável por cerca de 15 a 25% de todos os episódios de Diarreia Associada a Antibióticos (DAA) em hospitais, sendo uma preocupação importante em razão de sua morbidade e de seu potencial de disseminação e surtos.
Neste artigo abordaremos sobre os riscos à saúde causados pela presença da C. difficile, além de mostrar formas de evitar surtos e eliminá-la com eficácia dos hospitais. Acompanhe!
As bactérias multirresistentes em questão têm grande capacidade de sobrevivência no meio externo, justamente pela formação dos esporos altamente resistentes tanto às condições do ambiente quanto de produtos de limpeza.
Por isso, ter os recursos certos, como os desinfetantes hospitalares adequados, é fundamental para garantir a eliminação da Clostridium difficile dos espaços de saúde e oferecer segurança hospitalar e bem-estar a todos os pacientes, médicos e demais profissionais da área.
Como surgiu a Clostridium difficile?
A bactéria Clostridium difficile é descrita pela primeira vez em 1935, quando Hall & O’Toole a encontrou na flora intestinal de recém-nascidos saudáveis, um microrganismo até então desconhecido.
De início, recebeu a denominação de Bacillus difficilis e, logo depois, de Clostridium difficile, que reflete a dificuldade de isolar e manter esse microrganismo em cultura pura. Nesse mesmo ano, foi demonstrado ainda, que a C. difficile era extremamente toxicológica.
Desde o final da década de 70, a C. difficile tem sido reconhecida como parte das bactérias multirresistentes importantes na causa de doenças gastrointestinais nos hospitais.
Nos EUA, estudos indicam que até 1/4 dos pacientes hospitalizados hospedam esse microrganismo.
No Brasil, uma pesquisa realizada no Hospital Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará, mostra que o C. difficile é o principal agente causador de diarréia nosocomial (relacionada à assistência à saúde).
Atualmente, a literatura mostra que o C. difficile é o principal agente causador de doenças intestinais associadas ao uso de antimicrobianos, que podem ser desde diarréia até quadros mais graves e fatais.
Importante destacar que um fator que favorece bastante a presença da bactéria é o uso indiscriminado de antibióticos e a ausência de protocolos eficazes de higiene, como o uso de desinfetantes hospitalares e álcool em gel a 70%
Acomodações hospitalares
Dados sobre a C. difficile no mundo:
- a Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, relatou, em 2002, um aumento contínuo de infecção grave por difficile, com mais de 300 mil casos graves.
- foram relatados surtos em Quebec, no Canadá, principalmente em pacientes com mais de 65 anos.
- no hospital terciário do Rio de Janeiro, um estudo observou diarreia associada ao difficile em pacientes internados.
Quais os danos causados pelas bactérias multirresistentes em ambientes hospitalares?
A Clostridium difficile é uma das principais causas de diarreia associada ao uso de antibióticos nos hospitais. Um artigo publicado no The Brazilian Journal of Infectious Diseases abordou a presença de Clostridium difficile em pacientes do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.
O resultado mostrou que a incidência de infecção por Clostridium difficile foi constante, com uma média de oito casos por mês e não foram detectados surtos no período. O texto avalia ainda que as infecções por C. difficile acometem, principalmente, pacientes idosos, com uso prévio de antimicrobianos e com fatores de risco.
Quais as formas de prevenção da C. difficile?
Os protocolos de higiene são fundamentais para evitar surtos e manter o espaço livre dos agentes patológicos. Entre as condutas de prevenção da disseminação da Clostridium difficile, determinadas pela Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar da UFRJ, estão:
Durante internação:
- Limpeza concorrente com água e desinfetantes adequados, como o Optigerm;
- Limpeza diária com água e desinfetantes adequados;
- Limpeza diária do mobiliário com água e desinfetantes;
- Termômetro – limpeza com água e desinfetantes;
- Manter hamper de uso individual;
- Manter carro para o banho de uso individual;
- Utensílios (bacias, patinhos, comadres e cubas) – limpeza com água e desinfetantes adequados como o Optigerm.
protocolos de higiene são fundamentais para os instrumentos cirúrgicos, assim será evitado surtos de agentes patológicos
Pacientes hospitalizados podem estar levando C.Difficile para seus entes queridos!
Houve uma maior incidência de infecção por clostridium difficile entre os domicílios onde um membro da família recebeu alta recente do hospital, mas não foi formalmente diagnosticado com tal infecção, encontrou um estudo de dados de reivindicações de seguro.
Na análise de mais de 140 milhões de inscritos em seguros, indivíduos expostos a um membro da família recentemente hospitalizado (que não teve uma infecção por C. difficile diagnosticada) ainda tiveram uma incidência 73% maior de infecção dentro de 60 dias após a alta do que os inscritos sem um membro da família recentemente hospitalizado (razão de taxa de incidência não ajustada [IRR] 1,73), relatou Aaron Miller, PhD, da Universidade de Iowa em Iowa City, e colegas.
As análises ajustadas mostraram uma relação dose-resposta com base no tempo de internação hospitalar, de acordo com os achados em Doenças Infecciosas Emergentes.
Como a infecção por C. difficile tem sido associada a hospitais, a maioria das pesquisas se concentrou nesse cenário. Mas a colonização assintomática não é incomum, já que uma meta análise descobriu que 10% dos pacientes hospitalizados na América do Norte poderiam ser colonizados e “poderiam representar um grande reservatório de infecção por C. difficile fora dos ambientes de saúde”, observou o grupo de Miller.
“Este é o primeiro estudo em larga escala a documentar o risco associado à exposição a um membro da família recentemente hospitalizado, onde o membro da família hospitalizado não era sintomático”, disse Miller ao MedPage Today. “A exposição a membros da família que foram hospitalizados recentemente não é tipicamente considerada como um fator de risco para a infecção por C. difficile.”
Para seu estudo, a equipe examinou dados nacionais de reivindicações de seguros dos bancos de dados IBM MarketScan Research em 142.125.247 inscritos de 2001 a 2017. Os incluídos eram de domicílios com pelo menos dois membros da família inscritos no mesmo plano de seguro que não foram diagnosticados com infecção por clostridium difficile nos últimos 60 dias.
Dos 164.650 casos de C. difficile identificados, 3.871 casos foram classificados como potencial transmissão assintomática de um membro da família recentemente hospitalizado. No geral, houve 5,56 infecções por 100.000 meses de inscrição em domicílios com um membro da família recentemente hospitalizado, em comparação com 3,22 por 100.000 entre os domicílios sem um.
“Se os pacientes que são colonizados assintomáticos durante uma internação hospitalar contribuem para a transmissão na comunidade, nem todos os casos atribuíveis à exposição hospitalar podem ser identificados diretamente com base nos registros de alta hospitalar”, escreveram Miller e colegas. “Os portadores assintomáticos de C. difficile que receberam alta de hospitais podem ser uma das principais fontes de casos de CDI associados à comunidade e devem ser considerados durante investigações baseadas em vigilância e intervenção.”
Os autores reconheceram limitações aos dados, incluindo que não conseguiram identificar o ponto exato de transmissão de clostridium difficile e que não havia resultados de exames laboratoriais ou dados genéticos para confirmar os diagnósticos. Além disso, não foi possível confirmar se os inscritos no mesmo plano estavam necessariamente morando no mesmo domicílio.
Limpeza e higiene dos hospitais no combate ao Clostridium difficile:
Hospitais e serviços de atendimento à saúde precisam contar com protocolos rígidos de higiene e limpeza para oferecer um ambiente seguro. É possível conter surtos e evitar a disseminação de microrganismos como a Clostridium difficile com o uso de desinfetantes hospitalares adequados e prontos para uso.
Muitas instituições já fazem uso de produtos de desinfecção de superfícies de pronto uso, que eliminam 99,9% dos esporos desse microrganismo em três minutos de ação.
Assim, trata-se de um desinfetante hospitalar indicado para a desinfecção de superfícies fixas e artigos não críticos de hospitais, clínicas médicas e odontológicas, serviços de pronto atendimento e demais estabelecimentos de auxílio à saúde.
Além dele, há ainda as opções em álcool em gel 70% e em espuma, com propriedade hidratante, capazes de realizar a limpeza e a desinfecção das mãos de forma prática e rápida, sem agredir a pele.
Utilizados em dispensers, o álcool em gel e o álcool em espuma são de fácil acesso aos profissionais da saúde e aos pacientes, para que mantenham uma rotina de higiene e prevenção.
Importante destacar que os produtos para higiene das mãos devem ter efeito biocida, capaz de agir contra um amplo espectro de bactérias multirresistentes , que podem ser gram-positivas ou gram-negativas, como a Clostridium difficile.
Por fim, é fundamental que os hospitais e serviços de saúde façam uso de produtos profissionais, registrados na Anvisa e que sejam comercializados por lojas de material de limpeza e distribuidoras responsáveis.
Atenção na limpeza é essencial na saúde de profissionais e pacientes contra bactérias multirresistentes.
Como evitar a contaminação de C. Difficile? 5 dicas práticas:
- Limpeza e desinfecção adequadas: É importante garantir que todas as superfícies e equipamentos hospitalares sejam limpas e desinfetadas regularmente. Isso pode ajudar a matar qualquer C. difficile presente e evitar sua disseminação.
- Controle de antimicrobianos: O uso excessivo de antimicrobianos pode levar à disseminação de C. difficile, pois pode danificar a flora bacteriana normal do intestino e criar um ambiente propício para o crescimento da bactéria. Por isso, é importante controlar o uso de antimicrobianos em ambientes hospitalares e garantir que eles sejam utilizados de forma apropriada.
- Educação e treinamento dos profissionais de saúde: É importante que os profissionais de saúde estejam cientes dos riscos de infecção por C. difficile e das medidas preventivas que podem ser tomadas. Treinamentos regulares podem ajudar a garantir que os profissionais de saúde estejam atualizados e saibam como agir para evitar a disseminação da bactéria.
- Isolamento dos pacientes infectados: Pacientes infectados com bactérias multirresistentes como a C. difficile devem ser isolados para evitar a disseminação da bactéria para outros pacientes. Isso pode incluir o uso de quartos privados e medidas de higiene apropriadas, como lavagem das mãos frequente.
- Vacinação: Atualmente, existem duas vacinas disponíveis para prevenir a infecção por C. difficile em adultos. A vacinação pode ser uma opção para alguns pacientes em risco de infecção, como aqueles que estão recebendo tratamento com antimicrobianos por períodos prolongados.
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Até a próxima semana!
Referências: