Intoxicação por produtos de limpeza crescem
Uma das preocupações que tem crescido em tempos de pandemia de coronavírus é com os cuidados com a limpeza da casa e a desinfecção de superfícies. Na ânsia de “matar” o vírus, muitas pessoas recorrem a misturas caseiras de produtos de limpeza que não só não têm resultado prático, como podem provocar reações químicas perigosas e intoxicações com isso ocorreu um aumento na intoxicação por produtos de limpeza.
E foi justamente isso o que detectou uma pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que mostrou que quase 1,5 mil pessoas tiveram intoxicação por produtos de limpeza nos últimos cinco meses, no Brasil.
Esse número é 23,3% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a Anvisa, o aumento teria relação com a pandemia do coronavírus porque as pessoas passaram a se preocupar mais com a higienização dos ambientes.
A empresária Tânia Regina, de Bauru, é uma das pessoas que engordou as estatísticas de casos de intoxicação após uma “experiência química” feita dentro casa, misturando dois tipos de produtos. A combinação produziu um gás tóxico que provocou intoxicação.
“Na tentativa de fazer uma limpeza única e de potencializar as características dos produtos, misturei água sanitária com vinagre. Mas o que ganhei foi uma queimadura na garganta e uma dor de cabeça muito forte”, lembra a empresária.
Intoxicação por produtos de limpeza – Segundo o consultor técnico em higiene e limpeza Fábio Ferreira, antes de iniciar a limpeza da casa ou escritório, é preciso saber a forma correta de usar os produtos de limpeza. Segundo ele, muitas pessoas querem “melhorar” algo que já foi desenvolvido e balanceado.
“As pessoas costumam misturar detergente com água sanitária para tentar agregar a um só tempo a questão da limpeza com a da desinfecção. Mas isso deixa os dois produtos desbalanceados e ambos vão perder a eficácia. Além do risco de uma reação adversa, a pessoa joga dinheiro fora”, explica o consultor.
Já o farmacêutico João Leandro Chaguri, do Centro de Assistência Toxicológica da Unesp de Botucatu, é taxativo na orientação de jamais se misturar os produtos de limpeza.
“Produtos de limpeza só deveriam ser misturados com água. É preciso ressaltar a importância de se ler o rótulo e observar as medidas corretas na hora de usar os produtos para que não sejam gerados gases tóxicos que levam a irritações, queimaduras e intoxicação”, diz.
Depois do susto de ver sufocada por sua mistura caseira, a empresária Tânia Regina abandonou a ideia de se arriscar na carreira química e até criou um canal nas redes sociais para trocar orientações e dicas de limpeza com seus seguidores.
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Visto primeiro em: G1.